Este ano 33 mulheres foram assassinadas em Portugal
Para além dos 33 homícios consumados, há 32 tentativas de homício registadas em Portugal, desde o início de 2013.
Oscilam as idades das vítimas, ao que se pode perceber desde que a UMAR criou o Observatório de Mulheres Assassinadas, isto é, pôs uma equipa a passar os jornais nacionais a pente fino em busca de notícias sobre mulheres vítimas de homicídio ou de tentativa de homicídio.
De acordo com o relatório, a que o PÚBLICO teve acesso, nas notícias deste ano é mais expressivo o grupo de vítimas maiores de 50 anos (com 21 mulheres). Dentro dele, pesa mais o grupo formado por maiores de 65 anos (com um total de 14). Entre os suspeitos de homicídio, as idades são mais diversificadas, embora também seja superior a percentagem de homens mais velhos (17).
Algumas notícias aludem às supostas motivações do crime. Grande parte sugere um contexto de violência doméstica já conhecido (28%). Os ciúmes, o sentimento de posse, o não aceitar a separação aparecem em 24% das situações. “A psicopatologia do homicida, os problemas financeiros, o pedido de divórcio, a paixão não correspondida e a compaixão pelo sofrimento da vítima em 15%”.
Ao cruzar “a prevalência do femicídio com a presença de violência doméstica nas relações de conjugalidade ou de intimidade, presente ou passadas, e relações familiares privilegiadas”, concluíram “que 61% das mulheres assassinadas até 20 de Novembro de 2013 foram vítimas de violência nessa relação”. O facto de tal crime ser conhecido de familiares ou vizinhos não as protegeu.
Março foi até agora o mês com maior número de casos (nove). No calendário do sinistro, segue-se Junho (cinco). Na geografia, destaca-se Lisboa (12). Nada de invulgar. Os distritos de Lisboa (82), Porto (48) e Setúbal (34) assumem maior incidência – 164 dos 350 casos registados desde 2004.
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