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quinta-feira, novembro 29

DESABAFO

Eu me pergunto, em que estamos diferentes da vida dos cristãos primitivos, ou em que estamos distantes deles...
Porque não podemos ser espontâneos em nossa adoração a Deus?   Porque aquilo que nos impulsiona o coração, não pode ser colocado em prática?
Vivemos uma liturgia de enquadramento, manipulada e padronizada.
Penso que o Espírito Santo não tem livre acesso dentro das liturgias de nossas igrejas.
Não consigo enxergar uma saída para este bombardeio de mesmice.
Eu torno a me perguntar, até que ponto a simplicidade virou uma mega manifestação da vontade humana, sobre a vontade de Deus...






As malvadezas de um frade incendiário
I torti di un incendiario frate
Los males de un incendiario fraile
Este é o Frei Brasileiro que querem tornar santo.
Questo è il brasiliano Frei che vogliono diventare santi.

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“Livra-me, Senhor, do homem perverso, guarda-me do homem violento, cujo coração maquina iniqüidades e vive forjando contendas” (Salmo 140:1-2).
Monumento ao Frei Damião de Bozzano, em Guarabira, Paraíba. Não confundir com o monumento ao Padre Cícero, em Juazeiro do Norte, Ceará.


Ânimo, brava gente brasileira! Infelizmente o Frei Damião vai mesmo tornar-se santo.

Estão tentando modificar os fatos históricos ou me deixar desmemoriado, mas peço a Deus que não consigam nenhuma das duas coisas. Não, não faço uso de drogas alucinógenas e nem sou portador do Mal de Alzheimer (pelo menos, ainda não). A culpa é do neo-ilusionismo praticado pela igreja católica.

É, parece que tudo está perdido! A igreja do papado fez uma releitura positiva de um italiano que viveu no Nordeste brasileiro no século passado e o seu processo de beatificação, que antecede o da canonização, anda a passos largos. Para transformar um agressor em vítima, um incendiário em bombeiro, um raivoso encharcado de ódio em amoroso e pacífico, um reprovável em santo, somente entrando em cena a turma de ilusionistas da igreja católica romana.

Estou me referindo ao quase concluído processo de beatificação do Frei Damião de Bozzano, que precipitará o início do processo de sua canonização. Imagine, o iracundo Frei Damião será canonizado!

Frei Damião de Bozzano. A igreja católica brasileira solicitou sua beatificação para futura canonização.

Quem foi o Frei Damião de Bozzano?
Chi era il frate Damiano di Bozzano?
Frei Damião de Bozzano. A igreja católica brasileira solicitou sua beatificação para futura canonização.


Seu nome de batismo é Pio Giannotti, e ele nasceu em 5 de novembro de 1898, em Bozzano, no Norte da Itália, filho dos camponeses Félix Giannotti e Maria Giannotti.

Começou sua formação religiosa aos 12 anos, quando foi estudar em um colégio de padres. Aos 19 anos foi convocado para o exército italiano e participou da Primeira Guerra Mundial. Em 25 de agosto de 1923 foi ordenado sacerdote, na Igreja de São Lourenço de Brindisi, em Roma. Aos 27 anos diplomou-se em teologia pela Universidade Gregoriana em Roma e foi docente do Convento de Vila Basélica e do Convento de Massa.

Em 1931, deixou a Itália, vindo diretamente para o Convento de São Félix de Cantalice (conhecido como o Convento dos Capuchinhos) no Recife. Dos 33 anos até a sua morte, aos 98 anos, residiu nesse convento.

Sua primeira missa em solo brasileiro foi rezada na Capela de São Miguel, no Sítio do Mel, do lado de fora da cidade de Gravatá, em Pernambuco, no dia 29 de setembro de 1931.

Marcos Nunes em frente à capelinha no Sítio Riacho do Mel, em Gravatá. Local onde o frade proferiu sua primeira missa brasileira.
Marcos Nunes em frente à capelinha no Sítio Riacho do Mel, em Gravatá. Local onde o frade proferiu sua primeira missa brasileira.


Frei Damião ocupou-se em disseminar “as santas missões” pelo interior do Nordeste. “As santas missões” eram um tipo de cruzadas missionárias, de alguns dias de duração, pelas cidades nordestinas. Nessas ocasiões, era armado um palanque ao ar-livre com vários alto-falantes onde o frade transmitia o seu discurso conservador e contra os protestantes.

Frei Damião conseguia arrastar multidões para ouvir suas palestras e tornou-se um fenômeno de popularidade religiosa no Nordeste, só comparável ao “Padim Ciço”, de Juazeiro do Norte. A propósito, Frei Damião é aclamado pelos católicos locais como o legítimo sucessor do Padre Cícero Romão Batista (para saber mais sobre o Padre Cícero, leia o artigo “Uma Viagem ao Caldeirão da Idolatria”).

Estatueta do Padre Cícero em frente a uma foto do Frei Damião. Uma dupla insuperável para os católicos nordestinos.

Estatueta do Padre Cícero em frente a uma foto do Frei Damião. Uma dupla insuperável para os católicos nordestinos.


Quando perguntado sobre os objetivos de suas “santas missões” aos sertanejos, o frei respondia que um dos objetivos era “livrá-los do Demônio, que queria afastá-los da Igreja e fazê-los abraçar outro credo [...]”.(1) O que o frade queria dizer por “Demônio”? Provavelmente, os protestantes.

Na ocasião de sua morte, em 31 de maio de 1997, o governo de Pernambuco e a prefeitura de Recife decretaram luto oficial de três dias. Seu corpo foi embalsamado, velado durante três dias na Basílica da Penha e no estádio de futebol do Arruda, em Recife. Várias autoridades compareceram ao seu velório, entre as quais o ex-presidente Fernando Collor de Mello, o vice-presidente Marco Maciel e o governador Miguel Arraes.(2)

Em 31 de maio de 2003, seis anos após sua morte, foi aberto o processo de beatificação e, posteriormente, de canonização de Frei Damião. Esse frade é apenas mais um, entre outros líderes religiosos católicos que viveram no Brasil, a ser candidato a santo.

Rastros de sangue deixados pelo Frei Damião na Paraíba
Le tracce di sangue lasciate da Brother Damian Paraíba

E quando vi, lá estávamos nós novamente: Marcos Nunes, um piedoso irmão em Cristo, e eu dirigindo por mais de mil e quinhentos quilômetros de estradas asfaltadas e de barro pelo interior do estado da Paraíba, um buraco aqui, uma lombada não sinalizada acolá, um desarranjo intestinal efêmero, uma bolha na região plantar, um rápido entorse de tornozelo, quase vinte entrevistas com testemunhas oculares e pastores, centenas de fotografias, sem falar em algumas filmagens.

Tudo isso em prol de pesquisarmos in loco a passagem pelo solo nordestino de um frade que ficou conhecido como o maior perseguidor dos protestantes nordestinos.

Gostaria de aproveitar a oportunidade para reinventar o turismo pelo interior paraibano. Até porque, para um pesquisador evangélico, há passeio melhor por aquelas bandas do que tirar dois fins de semanas para conhecer algumas das igrejas evangélicas em que o Frei Damião e/ou outras autoridades católicas mandaram tocar fogo, destruir ou apedrejar e que, mesmo após tamanha agressão, conseguiram se reerguer?

Houve perseguições religiosas em dezenas de cidades nordestinas. Porém, neste artigo vamos nos deter a analisar, em ordem cronológica, a perseguição exercida pela igreja romana contra os protestantes em apenas quatro cidades paraibanas.
Mapa da Paraíba. Destacando os municípios pesquisados neste artigo.


Em Guarabira, PB: um memorial oco ao Frei agressivo
Romeiros visitando o Monumento ao Frei Damião, em Guarabira. “Santo Oco”.


Mais uma mega estátua de um líder católico no alto de um morro: o Memorial Frei Damião, construído com dinheiro público e inaugurado em 19 de dezembro de 2004, em Guarabira, Paraíba, é algo fenomenal. Totalmente desproporcional em relação à simplicidade e à pobreza do povo ao seu redor.
Marcos Nunes próximo ao Monumento ao Frei Damião, em Guarabira. Seu pedestal contém um museu.

É uma estrutura majestosa. Só o pedestal tem 12 metros de altura, e a estátua mais 22 metros de altura. Ultrapassou em altura e em largura o monumento ao Padre Cícero, em Juazeiro, no Ceará. No Brasil, só é mais baixa do que o Cristo Redentor.

O pedestal do monumento é composto de térreo e mais dois pavimentos, onde está localizado um museu do frade. O visitante circula andando em um corredor, observando fotos, notícias e histórias acerca do frei. O meio da estátua é vazado e quando se olha para cima se vê que a estátua é de concreto oco. É um “santo oco”, e essa é uma verdade que o povo protestante conhece muito bem.

Cerca de dois quilômetros morro abaixo está a Igreja Evangélica Congregacional de Guarabira. “Ela hoje tem suas portas de vidro, pois não temos medo de sermos apedrejados novamente pelos fiéis do Frei Damião”, ensinou-nos o atual pastor, Sandro Fernandes Paiva.
Circa due chilometri lungo la collina è la Congregazione Evangelica Chiesa di Guarabira. "Lei ha ora le sue porte in vetro, perché non abbiamo paura di essere lapidato dai fedeli di nuovo Frei Damiao," ci ha insegnato l'attuale parroco, Sandro Fernandes Paiva.

Imagem atual da Igreja Congregacional em Guarabira. O pastor Sandro Fernandes Paiva exibindo suas portas de vidro.


A agressão ocorreu no início da noite de inauguração do templo, no dia 21 de abril de 1937, na gestão do pastor Artur Pereira Barros. A ata da igreja descreve: “[...] um grande auditório cuja bancada estava repleta de famílias, inclusive crianças. Foram estes atacados de improviso por fanáticos do Frei Damião [...]. Esse cerco durou mais ou menos três horas, tornando-se mais perigoso quando indivíduos previamente preparados lançavam pedras nos fios desligando a energia elétrica. Nesta ocasião a maior parte do povo arriscando a vida começou a saltar por cima dos muros, permanecendo no templo os pastores e alguns membros [...]”.

Muitos dos agressores gritavam insultos aos crentes, que na época eram chamados de “bodes” pelos católicos. Alguns usavam aquelas túnicas marrom escuras, típicas dos capuchinhos e exaltavam o Frei Damião. No dia seguinte, a quantidade de pedras e paus jogados sobre os crentes totalizava mil e quinhentos quilos, detalha a ata. Alguns evangélicos saíram feridos e a fachada da frente da igreja ficou marcada com centenas de buracos causados pelas agressões.

Será que aqueles que construíram a estátua monumental do frade, há cerca de dois quilômetros de distância dessa igreja congregacional, sabem que o “santo oco” foi o responsável por inflamar e atiçar a multidão de católicos contra os evangélicos?

Em Catolé do Rocha, PB: onde o Frei fez escola

Entrevistamos vários moradores, hoje crentes no Senhor Jesus, que à época das “santas missões” do frade eram católicos roxos. Algumas das muitas frases proferidas pelo Frei Damião e ouvidas por esses irmãos, foram: “Não é pecado perseguir os protestantes pois eles são inimigos da Santa Igreja Católica”; “não ficará nesta cidade nem rastro de protestantes”; “casamento civil é só na Igreja Católica, na protestante não tem nenhum valor, é igual ao ajuntamento de um gato com uma gata”...

“Havia um incentivo dos políticos e da igreja católica para maltratar os crentes”, sentencia Pedro Nunes Neto (um ex-católico que hoje, aos 76 anos de idade, é evangélico).
Pedro Nunes Neto: “Era católico e havia um incentivo da igreja romana para maltratar os crentes”.
Pedro Nunes Neto: "Era un cattolico e aveva un incentivo a maltrattare i credenti della chiesa romana."



Párocos e multidões de católicos foram instigados pelo amargurado Frei Damião que jorrava ódio pelos protestantes. Em Catolé do Rocha, o frade perseguidor perpetuou uma escola já existente de discípulos cruéis.

Ainda hoje, na calçada em frente à Igreja Matriz, existe um busto do Frei Damião de Bozzano, onde alguns devotos fazem seus pedidos.

Antes mesmo do raivoso Frei pisar nestas terras, o Monsenhor Constantino ensinava ao povo de Catolé do Rocha: “Aos protestantes, nós católicos não damos morada, não compramos, nem vendemos coisa alguma, muito menos entregamos correspondência e nem mesmo permitiremos a eles o fornecimento de água”.
O autor na calçada da Igreja Matriz ao lado do busto do frei perseguidor dos evangélicos. Catolé do Rocha, PB.



Naquele tempo, havia uma fonte pública na cidade, conhecida como “O Poço do Vigário”. Dela e de alguns outros poços d’água, em algumas casas de pessoas importantes, o povo em geral tirava água para o consumo em suas casas. No entanto, os evangélicos não podiam mais pegar água. E agora? O que fazer? Onde buscar água para continuar vivendo? Mulheres e crianças protestantes choravam com fome e sede, homens evangélicos angustiados tentavam sair da cidade e o Monsenhor Constantino aproveitava a situação para convocar os crentes a regressarem ao seio da igreja romana. Estou narrando fatos ocorridos no sertão paraibano há cerca de setenta anos.

Mas, o nosso Deus é maravilhoso e tocou no coração de um casal católico (o senhor Hercílio Maia e dona Eleonora) que tinha um poço na sua residência. Eles ficaram sensibilizados com o sofrimento do povo de Deus e liberaram o seu poço para todos os evangélicos. O Monsenhor tentou impedi-los, mas não conseguiu. Então, amaldiçoou o casal, saiu irado e nunca mais os cumprimentou.

Miguel Guedes Bezerra era um católico praticante, mas hoje, com 96 anos, é salvo pelo sangue do Senhor Jesus e bastante lúcido. Bezerra me contou que havia emboscadas dentro do mato para apedrejarem, maltratarem e saquearem os “bodes” que viajassem de Catolé do Rocha para qualquer outro povoado satélite. Porém, mesmo assim a igreja de Cristo crescia.

O quebra-quebra dentro da Igreja Evangélica Congregacional em Catolé do Rocha aconteceu em uma noite de sábado, no mês de junho de 1938, com a autorização do perverso padre Joaquim de Assis. Foi na gestão do pastor Lidônio Fragoso de Almeida. Naquela ocasião estava sendo realizada uma série de conferências sobre o tema “idolatria”, ministrada pelo Rev. Josué Alves de Oliveira, um ex-pastor daquela comunidade.
O pastor Josué Alves de Oliveira pregava sobre a idolatria e escapou pela janela.



Dona Maria do Carmo de Paiva Maia, que à época tinha 19 anos, é casada com Miguel Guedes Bezerra, já citado anteriormente. Maria do Carmo, hoje com 87 anos, lembra-se de muito detalhes daquela noite: “Eu era solteira e estava dentro da igreja, momentos antes do culto iniciar. Já tinha observado que um grupo de homens e rapazes começava a se ajuntar do lado de fora da porta da igreja. Por duas vezes, eles se movimentaram como se fossem entrar na igreja, mas não entraram. Na terceira vez, entraram mesmo, gritando insultos. Eles foram até o primeiro banco da igreja, o levantaram bem alto e sacudiram no chão, espatifando-o. Os intrusos fizeram a mesma coisa com o segundo banco. Saí correndo da igreja com medo e o pastor Josué Alves de Oliveira escapou pulando a janela. A algazarra só acabou quando a polícia chegou. Além de quebrarem alguns bancos, portas e a mesa, destruíram também a serafina (uma espécie de órgão antigo)”.

Miguel Guedes Bezerra se converteu na noite em que a igreja foi invadida. Sua esposa estava dentro da igreja na hora da agressão.
Miguel Guedes Bezerra divenne la notte in cui la chiesa fu invasa. Sua moglie era all'interno della chiesa al momento dell'aggressione.



Aquela noite marcou para sempre a vida do então católico Miguel Guedes Bezerra (o esposo de Maria do Carmo). Miguel Bezerra nos relatou: “A multidão enfurecida, sendo contida pelos policiais, saiu em caminhões em direção ao povoado de Brejo dos Cavalos (hoje, Brejo dos Santos). Esses homens gritavam: ‘vamos para o Brejo, destruir a igreja dos bodes lá também!’, e partiram em direção àquele povoado. Eu já estava meio tocado com o testemunho de minha irmã, uma nova-convertida ao evangelho, e quando vi aquela cena infame, disse alto e em bom tom: ‘Vocês pensam que vão destruir os protestantes destruindo seus templos, mas não vão mesmo, pois a partir de hoje eu sou mais um deles!’ Me tornei crente no Senhor Jesus naquela noite!”
O pastor Alexandro da Cunha Cruz em frente da atual Igreja Evangélica Congregacional da União, em Catolé do Rocha. A igreja permanece no mesmo local em que foi agredida pelos católicos.
Il pastore Alexandro da Cunha Croce di fronte al corrente della Congregazione Evangelica dell'Unione Catolé Rock. La chiesa rimane nella stessa posizione in cui è stato attaccato dai cattolici.


Marcos Nunes e eu fomos, então, até Brejo dos Cavalos conferir o que aconteceu por lá naquela noite.

De “Brejo dos Cavalos” a “Brejo dos Santos”: “Pode esperar bando de bodes!”

O templo da Igreja Congregacional em Brejo dos Cavalos foi destruído duas vezes.

Elizário Luiz da Costa era quase um sacristão da igreja católica de Brejo e entregava quem era evangélico aos padres. Ele já vinha aterrorizando os protestantes nos dias anteriores à primeira destruição do templo. Passava andando pela frente das residências dos evangélicos e gritava: “Bando de bodes, pode esperar, à noite vai chegar o que é bom para vocês. Vai ser pimenta do seu c..., bé, béé, bééé!”, relatam os irmãos João Alves da Silva e Ricardina Alves da Silva.

Dona Ricardina Alves da Silva, era a filha da zeladora da igreja evangélica e na época tinha 13 anos. Ela nos descreveu os acontecimentos daquela noite: “Era tarde da noite de um sábado, em junho de 1938. Naquela tarde tinha feito com mamãe uma faxina na igreja e deixado tudo pronto para o culto de domingo. Já estava dormindo, quando ouvi os gritos de homens enfurecidos e meu irmão saiu correndo comigo para dentro do mato. No dia seguinte, a igreja estava destruída, bancos e portas quebrados, teto e paredes furados e parcialmente derrubadas. Encontrei a Bíblia e a campainha que ficavam em cima da mesa jogadas dentro de um tanque atrás da igreja”.

Ricardina Alves da Silva era filha da zeladora e recorda das duas vezes em que o templo evangélico foi destruído. 
Ricardina Alves da Silva è la figlia del custode dei richiami e due volte nel tempio evangelico è stato distrutto.


Os fiéis, agora sem templo, passaram a se reunir dentro do mato com medo das represálias dos católicos. Após algum tempo, passaram a se reunir nas suas casas e, finalmente, decidiram reconstruir o templo em regime de mutirão. Antes do templo reconstruído ser inaugurado, veio a nova rebordosa da segunda derrubada.

Era o começo de uma noite chuvosa, de um sábado de dezembro de 1939, um ano e seis meses após a primeira destruição, quando o barulho começou: “Se preparem bando de bodes, hoje vamos matar tudinho”, gritavam os católicos enraivecidos e iniciaram o quebra-quebra.

Ricardina da Silva nos contou: “Dessa vez as paredes da igreja estavam reforçadas e bem mais grossas, espessas. Então eles fizeram uns buracos nas paredes que pareciam umas covas e nomearam cada um dos buracos – essa é a cova do bode fulano, essa é a cova do bode cicrano, e assim por diante. Meu pai foi até lá, ordenou que parassem, mas levou uma surra, foi arrastado até um barreiro, onde o jogaram. Meu irmão, ao ver que papai iria morrer, pegou uma espingarda, e deu um tiro para cima. Os agressores deixaram meu pai lá, fugiram e meu irmão o salvou”. Dessa vez a destruição da igreja foi quase total.

Naquela noite, os crentes apavorados fugiram para dentro do mato, algumas crianças pequenas se perderam na escuridão e só foram encontradas na manhã seguinte.

O medo tomou conta dos evangélicos que decidiram, alguns dias após esse incidente, fugir num caminhão. Partiram para a cidade de Boa Viagem, no Ceará. Durante a viagem, ao descerem uma ladeira, o motorista do caminhão pulou para fora e deixou o veículo descer à deriva. O pau de arara tombou, bateu na ribanceira, mas ninguém ficou ferido. Os homens protestantes correram atrás do motorista desertor, o pegaram e perguntaram porque tinha feito aquilo. O motorista confessou: “O padre me pagou para que pulasse para fora do carro em uma ladeira e deixasse que todos vocês fossem mortos”.

Os evangélicos finalmente chegaram a Boa Viagem, onde abriram novas frentes de trabalhos evangelísticos que existem até hoje.

Com os evangélicos dispersos, o prefeito e o padre do vilarejo de Brejo dos Cavalos decidiram mudar o nome do povoado. Afirmaram: “Já que os cavalos e os bodes (uma alusão aos evangélicos) se foram, só ficaram aqui os santos. De hoje em diante o nome desta cidade passa a ser Brejo dos Santos”.

Meu querido leitor, não pense que a igreja evangélica em Brejo foi pro brejo. Pois não foi, não.

Alguns anos mais tarde, os evangélicos decidiram retornar ao Brejo dos Santos, reconstruíram o templo no mesmo local dos anteriores e reorganizaram a igreja no dia 10 de maio de 1942. Hoje os evangélicos se emocionam em dizer que aqui é Brejo dos Santos, mesmo!
O pastor Edinaldo Alves da Silva em frente do templo reconstruído da Igreja Congregacional em Brejo dos Santos.




O pastor Edinaldo Alves da Silva conclui: “Atualmente, nossa igreja reconstruída tem mais quatro congregações, um ponto de pregação, cerca de 20% do povoado é crente no Senhor Jesus e isso nos torna a cidade com maior número percentual de evangélicos no sertão da Paraíba”. Aleluia!

Em Patos, PB: A igreja virou fogueira em noite de São Pedro

Era a semana de festas juninas, entre o “São João” e o “São Pedro”, e o Frei Damião estava em Patos com suas “santas missões”.

O repórter Euricles Cavalcante Macedo, do Jornal Brasil Presbiteriano, em um artigo intitulado “Frei Damião transforma templo presbiteriano em fogueira de São Pedro”, relata: “Frei Damião foi, ao contrário de santo, um implacável perseguidor de evangélicos, um terrorista intolerante, comandante-chefe de uma milícia de fanáticos”.(3)

As igrejas sertanejas, tanto as católicas como as evangélicas, tinham nos seus tetos alto-falantes (que, por essas bandas, chamam de difusoras). Assim, as pessoas do lado de fora das igrejas podiam ouvir as músicas, anúncios e até toda a missa ou culto.

Euclides Cavalcante Macedo, descreve:

Almir da Rocha conta que naquele dia “a Igreja Presbiteriana de Patos – pastoreada pelo reverendo Jônatas Barros de Oliveira, falecido em 96 – estava com o serviço de som externo ligado e tocando, como sempre fazia, músicas evangélicas”. Foi então que o padre Manoel Dutra, pároco local, dirigiu-se ao templo presbiteriano “acompanhado de grande multidão e entrou na igreja dos crentes, determinando que o som fosse desligado e que somente voltasse a funcionar depois que frei Damião deixasse a cidade”. O técnico do serviço de som desligou o aparelho e dirigiu-se à Delegacia de Polícia, onde registrou queixa ao capitão Severino Dias, que autorizou a execução das músicas sacras.

Quando o padre, que executou as ordens do frei Damião, ouviu soarem novamente as músicas evangélicas, “reuniu um novo grupo de fanáticos e dirigiu-se à Igreja Presbiteriana. Mas o capitão Severino desaprovou a atitude do religioso e ordenou-lhes que voltassem para sua igreja”.

No dia seguinte, 28 de junho, o capitão Severino Dias estava exonerado do cargo de delegado de polícia de Patos. O frei Damião, agora, estava livre para agir. Naquele clima de tensão, os crentes ficaram totalmente inseguros.

Eram vinte e duas horas, véspera de São Pedro. O clima de terror já estava instalado na pacata cidade de Patos. Através do serviço de som, anunciava-se que “não ficará nesta cidade nem rastro de protestante”.(4)

Era noite do dia 28 de junho de 1958 e estava tudo pronto para a missa começar do lado de fora da Igreja de Santo Antônio. A presença do Frei Damião arrastou multidões para o local onde o frade, dentro de alguns momentos, falaria de cima de um palanque improvisado.

O povo, anteriormente já instigado e inflamado pela liderança católica contra os evangélicos, partiu em direção à Igreja Presbiteriana em Patos, que ficava a cerca de quinhentos metros de distância, e a destruiu.

Enedina Xavier Inojosa, que na época tinha 30 anos e residia a poucos quarteirões da Igreja Presbiteriana, nos relatou: “Estava dormindo à noite e ouvi algumas explosões – eram mais fortes do que as bombas de São João –, acordei e os vizinhos falavam que tocaram fogo na igreja dos crentes”. Enedina só foi à igreja na manhã seguinte e a encontrou “queimada, suja e quase totalmente destruída”. Perguntei se ela sabia quem tinha mandado os católicos fazerem aquilo e a irmã foi bastante cautelosa: “o povo dizia que foi o Frei Damião e o padre que mandaram, mas eu não posso afirmar isso, pois não vi e nem ouvi, e só fui à igreja no dia seguinte”.
Enedina, ao lado do pastor Ermilton Gonçalves de Barros, em frente da Igreja Presbiteriana em Patos. Reconstruída no mesmo local da que foi incendiada.
Enedina accanto al pastore Ermilton Gonçalves de Barros, di fronte alla Chiesa presbiteriana in Ducks. Ricostruito sul sito stesso che è stato bruciato.



O fotógrafo profissional Adgerson de Morais Porto, que à época tinha 28 anos, gravou espontaneamente uma entrevista conosco. Ele não perde a oportunidade para afirmar que era “o fotógrafo oficial” dos eventos paraibanos, que fotografou várias inaugurações, inclusive as passagens do então presidente Getúlio Vargas pela Paraíba.

Depois que a turba enfurecida partiu da Igreja Presbiteriana, Adgerson Porto pegou sua câmara fotográfica e foi por conta própria fotografar a bagaceira.

“Era de dar dó. Uma coisa muito triste. A igreja estava toda queimada, por dentro e por fora, o teto tinha vários rombos, nas paredes estavam escritos palavrões e desaforos aos crentes. Toda a bancada, o púlpito, a mesa, as portas e as janelas foram jogadas para fora da igreja e consumidas pelas chamas. Fotografei tudinho e entreguei algumas fotos ao pastor Jônatas Barros de Oliveira e não tenho mais os negativos”.

Arnaldo Ferreira do Nascimento, que na época morava na rua 18, em Patos, participou do motim levando um motor para atiçar fogo na madeira que estava sendo retirada do templo. Arnaldo, algum tempo depois, se converteu e hoje é pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, no estado de São Paulo. Glória a Deus!

Após destruírem a Igreja Presbiteriana em Patos, a multidão partiu para destruir a Primeira Igreja Batista em Patos, mas o prefeito José Cavalcante e a polícia chegaram a tempo, impedindo que houvesse uma agressão semelhante. Alguém na multidão ainda jogou umas pedras contra a Igreja Batista, mas logo ouviu-se um disparo de uma arma de fogo, a multidão recuou, decidindo deixar a Igreja Batista intacta, retornando em procissão para “as santas missões” do Frei Damião.
José de Sá com sua esposa Francisca: “O pastor Jônatas passou a pregar exibindo as cinzas da igreja incendiada”.
José de Sá con sua moglie Francisca: "Pastore Jonathan è venuto a predicare la visualizzazione delle ceneri della chiesa bruciata"




O pastor Jônatas Barros de Oliveira foi ameaçado de morte e fugiu de trem para a cidade de Pombal. O irmão em Cristo José de Sá lembra-se daquele dia: “Fui eu que apanhei o pastor Jônatas, em fuga, na cidade de Pombal e o transportei de jumento até um sítio. O pastor continuou pregando pelos povoados próximos, sempre levando nas mãos uma latinha com as cinzas da Igreja Presbiteriana em Patos. Ele mostrava as cinzas e dizia: destruíram o templo, mas não a igreja”.

Apenas tornando uma longa história curta, alguns anos mais tarde, o templo foi reconstruído no mesmo local do anterior e hoje a Igreja Presbiteriana em Patos conta com quatro congregações, um ponto de pregação, além de uma escola.



Igual à Igreja Primitiva

Incrível! Onde houve perseguição ferrenha da igreja católica aos protestantes, o evangelho não apenas sobreviveu, mas cresceu com bravura.

Foram dezenas de cidades em Pernambuco e na Paraíba onde os crentes foram perseguidos pelos católicos. Em todas elas, sem exceção, o evangelho triunfou e cresceu. As igrejas destruídas foram reedificadas no mesmo local e delas saíram dezenas de outras igrejas, congregações, pontos de pregações, institutos bíblicos e colégios evangélicos.

Várias vezes, durante as pesquisas por estas plagas do sertão paraibano, Marcos Nunes e eu não conseguimos deixar de associar tudo o que vimos com a perseguição sofrida pela igreja primitiva, após a morte de Estevão, e descrita em Atos 8:1 e 4-8: “Naquele dia, levantou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém; e todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e Samaria. [...] Entrementes, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra. Filipe, descendo à cidade de Samaria, anunciava-lhes a Cristo. As multidões atendiam, unânimes, às coisas que Filipe dizia, ouvindo-as e vendo os sinais que ele operava. Pois os espíritos imundos de muitos possessos saíam gritando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados. E houve grande alegria naquela cidade”.

Hoje, presenciamos o inverso. Atualmente, a igreja romana, como um lobo em pele de ovelhinha, quer se aproximar dos evangélicos, e mostrar sutilmente que somos muito mais semelhantes do que diferentes. Esse é um perigo enorme, tão assustador quanto uma perseguição! Oh, Deus! Manda-nos de volta outra perseguição! Que caiam as máscaras!

Os dinossauros e o “Troglodita”

A cidade de Sousa, localizada a quatrocentos e quarenta e quatro quilômetros da capital João Pessoa, no alto sertão da Paraíba, é conhecida nacional e internacionalmente como a “Capital Mundial das Pegadas dos Dinossauros”.

Toda aquela região faz parte do conhecido “Vale dos Dinossauros”. Acredita-se que tenha mais de trezentas trilhas de suas pegadas. Respeitáveis paleontologistas da Europa e dos Estados Unidos estão sempre por lá.

O lugar mais conhecido é o Sítio Ilha, localizado a seis quilômetros de Sousa. Lá, com dinheiro do exterior, está sendo montada uma infra-estrutura de Primeiro Mundo: já foi construído até um canal que desviou o curso do Rio do Peixe e expôs no seu leito sedimentado alguns dos mais longos rastros de pegadas dos dinossauros do mundo. A grande atração são cinqüenta e duas pegadas de um iguanodonte ao longo de cerca de cinqüenta metros. Há também várias trilhas menores de pegadas de velociraptor. Vale a pena conhecer os rastros de animais que marcaram nossa terra.

Em Sousa, Paraíba, o autor seguiu os passos do iguanodonte e do Frei Damião que agia como um “troglodita”.


O curioso é que do outro lado da estrada, a cerca de três quilômetros das pegadas dos dinossauros, foi erguida em um monte uma estátua de Frei Damião. Não pude deixar de fazer uma associação: de um lado da estrada os rastros de dinossauros e do outro os de um homem que agia como um troglodita brutal.

O Dicionário Aurélio diz que troglodita é aquele “que vive debaixo da terra ou em cavernas. Pessoa que vive sob a terra”. O Frei Damião de Bozzano era assim, no quesito de agressão aos evangélicos: instigava as massas, mas ficava nas sombras, agia no subterrâneo. É aquele tipo de pessoa que manda matar e quando é pego diz que não tinha nada a ver com o crime.

Minha tese defendida neste artigo é uma só: apesar do Frei Damião de Bozzano nunca ter sido pego apedrejando uma igreja ou surrando um evangélico, com o seu discurso inflamava não apenas os jovens capuchinhos, mas a multidão de católicos para cometerem atrocidades contra nós. Os indícios são fortes de que o frade ficava na moita com o seu sorriso de hiena, instinto de chacais e seus dentes sujos de sangue de protestantes. Em decorrência disso, é minha proposta que a igreja católica suspenda imediatamente o seu processo de beatificação. Uma provável canonização pode comprometer mais ainda a imagem da igreja romana perante os seus fiéis.
O Frei Damião, um grande perseguidor dos evangélicos, pregava: “Não ficará nesta cidade nem rastro de protestantes”.
Il Damian Fray, un grande persecutore della predicazione evangelica: "Non ci sarà alcun segno di questa città protestanti."



Frei Damião de Bozzano pediu votos para Fernando Collor (presidente corrupto)

“Nas eleições presidenciais de 1989, o então candidato Fernando Collor de Mello fez comício ao seu lado em Juazeiro do Norte e distribuiu calendários eleitorais com a figura do frade”.(5)

O Frei aceitou o convite do então presidente Collor de Mello e posou sorridente, em pé entre o presidente e a então primeira-dama, no gabinete no Palácio do Planalto.

“O velho capuchinho chegou a caminhar ao lado do casal Collor numa das cerimônias de descida da rampa do Palácio do Planalto”.(6)

No entanto, vamos esquecer que esse frade era cabo eleitoral de Fernando Collor, pois isso pode denegrir mais ainda sua imagem. Vamos apelar para uma amnésia intelectual, assim como fez recentemente o agora senador Fernando Collor de Mello, ao posar de injustiçado pelo seu impeachment. Como relatou Roberto Pompeu de Toledo, ensaísta da revista Veja: Vamos esquecer “as denúncias do irmão de Collor, os feitos de PC Farias, as extorsões, o caixa dois, a Operação Uruguai, as mentiras, como se tudo não passasse de uma alucinação coletiva do povo brasileiro”.(7)

É melhor também esquecermos a amizade do Frei Damião com Collor de Mello; pode pegar mal tanto para Collor quanto para o frade.

Então, vamos também retirar das nossas mentes as perseguições exercidas pelo capuchinho contra os evangélicos; pois isso pode dificultar sua canonização. Vamos dizer que é uma farsa, uma ilusão coletiva dos protestantes; uma paranóia dos evangélicos. Enfim, teremos um frei incendiário repaginado, um malvado bandido santificado e ninguém envergonhado, pois para a liderança católica é melhor assim.

Conclusão: O perigo do tempo nos fazer esquecer

“Não te associes com o iracundo, nem andes com o homem colérico, para que não aprendas as suas veredas e, assim, enlaces a tua alma” (Provérbios 22:24-25).

A igreja do papado está desinformada ou ela própria sofrendo de hipomnésia! Quer santificar o papa Pio XII, o padre jesuíta José de Anchieta, a freira Anna Katharina Emmerick (veja o artigo “A Paixão de Cristo de Mel Gibson”) e o iracundo Frei Damião, entre outras figuras.

O caso da santificação do Frei Damião de Bozzano é dos mais espantosos deste espantoso Vaticano. Para proclamar a sua canonização, a igreja católica terá de colocar muito verniz em madeira ruim. Espero que em vez de mandar matar o mensageiro das más notícias, a igreja do papado clame por Jesus e se purifique.

Faz tanto tempo que as igrejas evangélicas foram invadidas, os telhados caíram e as bancadas foram incendiadas que ninguém se lembra mais. O tempo da igreja católica, cedo ou tarde, sempre a inocenta.

Instituições arcaicas tendem a cultuar o banditismo. Foi assim com a igreja católica à época da Inquisição, com suas histórias de vomitar: homens, crianças, velhinhos e velhinhas, por qualquer motivo, eram vítimas de torturas, sangue e fogueira. Às vezes, me parece que a igreja católica romana ainda está estacionada nessa fase. Ou existe algum outro motivo para a santificação de um mandante de crimes?

Oro muito ao nosso Deus, pois sei que o assunto aqui colocado é grave e horroroso e não termina em um simples artigo. Oro para que esta matéria seja apenas um rascunho do que acho que deva ser profundamente estudado pelos evangélicos e católicos, antes da canonização do Frei de Bozzano.
O Frei Damião de Bozzano. “Santo” para os católicos e “terrorista” para os evangélicos.
The Fray Damian de Bozzano. "Ghost" per i cattolici e "terroristi", per gli evangelici, perché i credenti perseguitati senza pietà.



Coragem, da pátria filhos! Há uma esperança ainda para a nossa nação. A esperança é Jesus, o Santo de Israel (Isaías 41:14). Não há santo como o Senhor (I Samuel 2:2) e é este santo Senhor que nos santifica (Levítico 22:32b) e não uma instituição religiosa, como o Vaticano, e muito menos uma pessoa.

A Bíblia nos ensina que somos cidadãos celestiais e embaixadores de Deus no planeta Terra (I Pedro 2:11-12). Os heróis da fé do Velho Testamento aspiravam uma pátria superior (Hebreus 11:13-16) e deram a própria vida por amor ao Senhor.

Que privilégio Deus nos deu de sermos sal da terra onde estamos, sermos luz do planeta e um bálsamo no açoite deste mundo. Os neo-ilusionistas da liderança católica querem nos fazer esquecer de fatos verídicos e queimar das nossas mentes os arquivos contrários à igreja do papado.

Peço a Deus, que a exemplo daqueles que sofreram perseguições no sertão nordestino, não venhamos a nos esquecer da nossa missão de sermos “sais”, “luzes” e “bálsamos” em uma terra tão idólatra. Peguemos, pois, o bastão dos nossos antepassados e corramos com paciência a carreira que nos está proposta, anunciando Jesus como o único Salvador e a única solução para os problemas mais íntimos das nossas almas. “Santo, Santo, Santo é o Senhor”, e isso o tempo do Vaticano jamais conseguirá apagar da minha mente. Amém!

Bibliografia:


Pernambuco de A/Z. Biografia do Frei Damião. http://www.pe-az.com.br/biografias/frei–damiao.htm.
Id.
Artigo: “Frei Damião transforma templo presbiteriano em fogueira de São Pedro”, por Euricles Cavalcante Macedo, Jornal Brasil Presbiteriano. Órgão oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil. São Paulo, SP, Agosto de 1997, página 16.
Id.
Artigo: “Longa Agonia. Frei Damião tem morte cerebral aos 98 anos”, Istoé datas, 4 de junho de 1997. http://www.terra.com.br/istoe/datas/144405.htm.
Id.
Artigo: “Dois encontros, um só sentimento”, por Roberto Pompeu de Toledo, revista Veja. Editora Abril, São Paulo, SP, edição 2001, ano 40, número 12, 28 de março de 2007, página 126.

Uma linda história!

Homem inteligente, estudioso, atualizado e autodidata, pastor Elyseu converteu-se ao Senhor lendo a Bíblia. Até então ele nunca tinha visto uma. Seu irmão Sérgio Queiroz, um jornalista, possuía muitos livros em sua biblioteca. Por curiosidade, Elyseu encontrou entre as peças um livrinho meio amarelado escrito Bíblia. Era a Bíblia de Figueiredo (tradução de Figueiredo). Ele perguntou ao irmão:

– Sérgio, e este livro aqui…, o que é?

– Isto aí é uma Bíblia. Aí tem histórias de como foi criado o mundo, respondeu-lhe seu irmão.

Era jovem com quase 20 anos. Passei a ler aquela Bíblia a gostar e a ler Novo Testamento.

Seu irmão era católico romano e deu-lhe uma explicação, indicando-lhe a leitura do Novo Testamento, mas como jornalista:

– Isso aqui não tem mais valor, disse do Velho Testamento.

Mas eu gostei das histórias do Velho Testamento e li tudo. Certa vez fui à missa, com ele, lá em Água Branca (AL), sede do romanismo, um templo muito grande. Todo mundo se ajoelhou na hora em que o padre levantou aquela hóstia. Fiquei em pé encostado numa janela. Ao chegar em casa, meu irmão exortou-me:

– Mas Elyseu que papel você fez! Você foi à igreja, todo mundo se ajoelhou e você ficou em pé?!

– Olha, Sérgio, aquele livro que você me deu e que estou lendo, diz que é pecado se ajoelhar diante dessas coisas (referi-me aos ídolos).

– Se é para você fazer isso não vá mais à igreja, devolveu-me ele.

Morávamos na Fazenda Corredores, entre Água Branca e Delmiro Gouveia. Ali não havia crente e tampouco igreja. Não tinha nada. Após casar-me, mudei para a cidade de Delmiro Gouveia. Fomos morar vizinhos de um alfaiate de nome Raimundo Alencar. Ele era crente e me ganhou para Jesus.

Perseguição

Com sua conversão a Jesus, a perseguição não deu trégua. Dono de uma mercearia, Elyseu de Souza Queiros teve de vender seu estabelecimento porque ao se converter a Cristo passou a ser perseguido pela Igreja Católica Romana e ninguém mais comprava em sua mercearia. O jeito foi vender e aprender a profissão de alfaiate.

Frei Damião levantou perseguição contra mim e até rezou uma missa de corpo presente, antecipando minha morte e ainda ordenou que ninguém comprasse meus produtos. Os meus parentes chegaram a chorar. Meu pai, Pedro Queiroz, era muito conhecido na cidade. Por causa da perseguição ele ficou bravo. Então escrevi uma carta ao frei Damião, declarando que eu era uma ovelha perdida (do rebanho dele). Dizia que se ele viesse à minha casa e provasse que eu iria para o Inferno por ser crente, na mesma hora deixaria de sê-lo. Ele não quis aceitar o desafio, com a desculpa de constituir-se desaforo visitar a casa de um protestante. Entretanto usou a carta para fazer propaganda contra mim. Mostrou ao povo, a carta como um desacato. O povo passou a me odiar por causa daquela carta.

Com o desafio ao temido frei Damião, homem perseguidor aos cristãos, que surgiam na época, e até hoje idolatrado por meio de uma gigantesca imagem-ídolo, Elyseu teve de abandonar o comércio. Seu pai, embora católico romano mostrou-se irritado com a injustiça e sua mãe acabou também se convertendo ao Senhor.

Meu pai era católico daquele jeito: que briga, que mata, mas minha mãe era muito católica, porém, quando se converteu ao Senhor as imagens de santos católicos jogou-as fora.

Diante da situação, o jeito foi ouvir o conselho do irmão Raimundo, um alfaiate:

– Elyseu, se você ainda tem um dinheirinho eu te ensino o ofício de alfaiate e vamos trabalhar de sociedade, pois na venda não dá mais.

Então acabei com a venda. Vendi tudo ao meu irmão Adão, quase de graça e fui aprender o ofício de alfaiate. Cheguei a fazer roupas para os bandidos de Lampião. Eles iam em minha casa, mas nos respeitavam muito.

Àqueles que iam fazer roupas conosco pregávamos o Evangelho. Especialmente o Raimundo, pois eu era mais novo na fé, mas Raimundo não deixava de falar de Jesus. É possível que algum dos cangaceiros tenha até se convertido.

Raimundo tinha um irmão, chamado José Vieira Alencar, que mudado para o Rio, no bairro Irajá. Ele gostava de escrever poesias. Ele aconselhou-me:

– Olha Elyseu, você já sabe tudo de alfaiate. Agora já pode mudar para São Paulo e fazer sua vida.

Atendi ao conselho do amigo, vendi minha casa também ao meu irmão Adão e mudei para Marília (SP). Encontrei-me com parentes de Raimundo. Permaneci a realizar cultos em minha casa, dirigidos pelo pastor Alfredo Rudzit, um lituano que morava na colônia de Varpa, município de Tupã (SP). A partir daí nasceu o trabalho em Marília. Nesta mesma cidade comecei a minha vida espiritual.

Início ministerial

Comecei fazendo cultos em minha casa. Como o trabalho cresceu tivemos de alugar um salão. Depois surgiu o templo, com pastor Joaquim Marcelino da Silva. Ele mudou-se para Marília sob o consentimento do pastor Cícero (Canuto de Lima). Depois seis meses em Catanduva (SP) com João Alves Corrêa. Com sua esposa Eunice Cavalcante realizava evangelismo e visitas a irmãos, sob intenso frio, que na época, congelava os ossos.

Depois em Votuporanga (SP), em 1950, quando realizou um trabalho exaustivo, durante os 11 anos de pastorado, às vezes a pé outras vezes a cavalo. Durante o dia eu cortava o tecido e à noite fazia da máquina de costurar um púlpito, para a pregação do Evangelho em minha casa. Na época, pregava para meia dúzia de crentes, mas dava início ali a uma igreja. Em seguida, no ano de 1961, no mês de março, assumiu a igreja em Jundiaí.

Já em Maceió, sua terra natal, trabalhava como diácono com pastor João Nunes. Em Marília fui consagrado ao presbitério e depois ao ministério pelo pastor Alfredo Rudzit. Nesse tempo, o irmão Cícero Canuto de Lima já morava em São Paulo e esteve presente em minha consagração. Fui consagrado pelo pastor Cícero, em maio de 1950. Fui diácono, presbítero, dirigente e fundador da banda, em Marília.

Proteção divina

Quando trabalhava em Álvaro de Carvalho (na região de Marília) e estava ainda para ir para Votuporanga, realizava cultos em minha casa. Eu tocava clarinete e minha esposa bandolim.

Nesse tempo, às vezes fazia o percurso de 21 quilômetros, entre Álvaro de Carvalho e Garça, a pé e vê outra corria para pegar o trem.

Havia um português chamado Antônio Cavalaria e alugamos um salão para a realização de cultos, próximo à sua casa. Então vieram os vadios e durante o trabalho começaram a fazer barulho para atrapalhar o culto. Tudo isso estava sendo feito em combinação com o próprio delegado de Álvaro Carvalho, de nome Ladislau. Telefonei ao doutor Benedito de Carvalho, delegado muito bom da cidade de Garça, a 21 quilômetros de Álvaro de Carvalho. Havia muita gente, mas o trabalho estava tumultuado. O delegado Benedito chegou, passou um sabão no delegado da cidade e mandou continuar o culto com liberdade.

Outro fato diz respeito a um homem de nome Geraldo, que zombava dos crentes. Dizia que iria comer nossa carne, mas acabou ficando louco.

Articulista do Mensageiro da Paz

Numa época de dificuldades pastor Elyseu se esmerou e tornou-se autodidata. “Era tudo muito difícil. As Bíblias não tinham concordância, não tinha nada… Hoje temos muita facilidade”. Chegou a ser articulista do Mensageiro da Paz, na mesma época de outros homens reconhecidos no meio literário das ADs, como Alcebíades Vasconcellos, João Pereira de Andrade e Silva e Emílio Conde. Naquela época, os escritores eram João de Oliveira, Alcebíades Vasconcellos, Emílio Conde e eu. Também escreveu vários livros e ministrou aulas de Teologia”.

Irmão Cícero (como os pastores eram chamados e não propriamente de pastor e jamais de chefe), pedia-me para escrever no Mensageiro da Paz contra a Teologia.

Um dia falei-lhe:

– Irmão Cícero, não é assim… O senhor é um teólogo. Teologia é estudo das coisas de Deus. O senhor é o maior teólogo do Brasil.

Ele ficou todo entusiasmado.

E disse-lhe mais:

– Eu não posso escrever contra, por que Teologia é o estudo acerca de Deus.

Meios de comunicação e caprichos humanos

Em outra crítica, falou de pastores daquele tempo e resistentes à utilização dos meios de comunicação para a pregação do Evangelho. Muitos proíbem até a televisão. Aqui em casa tenho tudo isso e ainda fazemos uso da internet. A Assembleia de Deus é uma igreja desenvolvida. Não podemos levar a igreja para 1910, embora no sentido espiritual a obra não mude: Vemos batismos no Espírito Santo e curas divinas.

Quanto ao pecado de adultério e divisões sempre existiram, como no caso da Assembleia de Deus em Madureira (RJ). Li certa vez, em um artigo do Mensageiro da Paz em que um obreiro falava da saudade de sua igrejinha. A este eu digo: Se o problema é querer uma igrejinha e só ir para o interior. Hoje em dia as igrejinhas estão do mesmo jeito; os líderes é que mudaram.

São pensamentos retrógrados como este que emperram o crescimento da Igreja, como as barreiras criadas por pastores que falam que se a mulher cortar a ponta do cabelo não entra no Céu. Onde ele achou isso na Bíblia? O Velho Testamento não trata de cabelo de mulher e se fosse falar em barba aí sim tinha muito. A Bíblia fala que a mulher deve trajar-se modestamente. Para o homem ter o cabelo crescido é desonra; para a mulher é honra. É questão de honra e não de mandamento. É claro que a mulher não deve cortar cabelo como homem.

Portanto os novos obreiros devem se prender às coisas espirituais e deixar os costumes que prejudicam de lado.

Igreja em Jundiaí

Um ano após a igreja se estabelecer na capital paulista, em 1928 o pioneiro Daniel Berg deu início à obra em Jundiaí, embora de forte domínio católico romano, figura como a primeira cidade do interior a receber a AD, após São Paulo. A história nessa cidade começou com Adolfo Godoy. Embora fosse membro da Congregação Cristã no Brasil, morava nos fundos da congregação da AD e trabalhava como zelador do templo, em São Paulo.

Após a experiência de cura divina Adolfo passou a frequentar a AD e ainda convidou o missionário Berg para visitar seu irmão, Gabriel Godoy Moreira na cidade de Jundiaí. Este homem era católico devoto e curandeiro espírita, embora fosse membro da Confraria de São Benedito. Tanto que durante as procissões percorria a cidade a carregar seus santos pendurados ao pescoço. Por consertar instrumentos musicais, era conhecido como Violeiro e também respeitado por vizinhos e amigos.

Em 1923, antes de o missionário chegar, ele já havia recebido uma Bíblia. Isso acabou levando-o a uma Igreja Batista, quando se entregou a Jesus e logo foi batizado. Depois, em busca da ação mais efetiva do Espírito, passou para a Igreja Congregação no Brasil e, então, foi batizado novamente, conforme procedimento padrão dessa denominação cristã.

Porém, no ano de 1928, ao receber seu irmão, missionário Daniel Berg e conhecer toda a história da novel igreja, bem como os testemunhos da ação do Espírito Santo, se interessou e, desde então, deu-se início às Assembleias de Deus em Jundiaí.

Depois de décadas, a igreja precisou de alteração de seus rumos, o que ocorrera após pastor Cícero Canuto de Lima assumir a AD em São Paulo, em 1946. Fora designado para Jundiaí, pastor Juvenal Roque de Andrade. Este paraense pastoreou a AD em Porto Velho de 1939 a 1943 e, no ano seguinte, plantou a obra em Cáceres (MT) e Campo Grande (MS).

As buscas por autonomia criou ambientes de hostilidades na igreja e isso vez com que pastor Cícero enviasse à cidade, para acabar com a divisão e integrar a todos a um só grupo, pastor Carlos Assumpção. O pastor seguinte, a partir de 1952 e proveniente de Pompéia, região de Marília (SP), foi Antônio Simões.

Com a necessidade de pastor Antônio Simões afastar-se, a igreja passou por novo período de luta. Foi então que em 1954, pastor Cícero enviou para a cidade o pastor de Campo Grande (MS), Alfredo Rudzit.

Homem atualizado e desprendido

Elyseu Queiroz nasceu em Água Branca (atual Delmiro Gouveia) em Alagoas. Casou-se com Eunice Cavalcante de Souza Queiroz, já falecida, com quem teve cinco filhos: Sérgio, Joel, Jaziel, Elizabete e Rubens.

Mesmo quando estava com quase 90 anos e jubilado, praticava exercícios com caminhadas de até cinco quilômetros, duas ou três vezes por semana.

Dirigiu a igreja em Jundiaí durante 35 anos e depois fez algo que causou admiração em todo o Estado de São Paulo, pois há pastores que estando como estou não entregam o trabalho. Só depois de morrer. Depois é aquela dor de cabeça, pois cada um quer tomar a igreja. Eu fiz diferente. Vi que pastor Esequias Soares da Silva era um moço inteligente e o preparei. Depois fui ao pastor José Wellington e falei da minha vontade de passar a igreja ao pastor Esequias. Eu quero continuar cooperando e orientando. Hoje eu fico contente porque o trabalho tem florescido.
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"NÃO TERÁS OUTROS DEUSES DIANTE DE MIM. Êxodo 20:2

Pois os costumes dos povos são vaidade. O ídolo é apenas um madeiro que se corta do bosque, obra das mãos do artífice que o trabalhou com o machado.
Enfeitam-no com prata e com ouro; com pregos e a marteladas o firmam, para que não se abale.
São como o espantalho num pepinal, e não falam; necessitam de serem carregados porque não podem dar passo. Não tenhais medo deles; porque não podem fazer o mal, nem está neles o fazer o bem.
Jeremias 10:3-5

Devemos adorar só a Deus!!!