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quarta-feira, janeiro 25

HERÓIS DO SÉCULO VINTE


MARY SLESSOR

É madrugada. A alguns quilômetros da orla marítima, uma mulher e seis crianças negras caminham para a margem de um rio. Chove. Homens e mulheres africanos perguntam:
- Por que nos abandonas, mãe?
Mary Slessor pára junto à canoa, volta-se, contempla aqueles semblantes  e fala docemente:
- Não fiquem tristes. Sei que vou para o meio de um povo feroz, mas eles também precisam ouvir falar de Jesus. Alegrem-se. Eu voltarei. Mas se não voltar, nós nos encontraremos nas margens do Grande Rio, diante do Grande Pai. E ali seremos todos de uma só cor, alvos como o marfim.
Em companhia das seis crianças, Mary entra na canoa, e parte, sob o olhar silencioso da tribo de Creek Town.
Mary Slessor nasceu na Escócia, em 1848. Era loura, de cabelos lisos e olhos azuis. Aos onze anos de idade foi obrigada a trabalhar na tecelagem para ajudar financeiramente sua mãe, pois seu pai, alcoólatra inveterado, após a morte de Roberto, o filho mais velho, abandonou a senhora Slessor e os quatro filhos restantes. Aos 14 anos Mary já era considerada uma hábil tecelã. Não sabia ela que futuramente Cristo a incumbiria de tecer as vestes brancas da salvação no coração dos negros africanos.
Sua mãe era evangélica, membro da igreja de Aberdenn, e costumava contar aos filhos alguns incidentes da Missão Africana, viasando despertar-lhes o interesse pela obra missionária. Atentos, eles ouviam a senhora Slessor falar-lhes de um rei africano e dos seus chefes de cor; das terras e das boas-vindas que costumavam oferecer aos missionários enviados; dos pretos de Calabar; de como Hope Waddell fora morar corajosamente no meio dos pântanos, e ali brilhar como uma luz, pregando aos selvagens o Evangelho de Cristo, e o quanto a Missão necessitava de obreiros e de manutenção.
Às cinco da manhã, Mary se levantava e ia para a fábrica, onde permanecia até às dezoito horas. Levava sempre a Bíblia consigo, lendo-a no caminho, quando ia e quando voltava, e durante os intervalos do seu trabalho. Nessa época tornara-se membro da igreja de Wishart. Ali, pouco tempo depois, começou a dirigir uma classe bíblica para meninos rebeldes. Para atrair aqueles que se recusavam terminantemente a frequentar a classe, ela promovia reuniões ao ar livre. Certa vez um grupo de rapazes perversos resolveu acabar com uma dessas reuniões. O líder do grupo aproximou-se de Mary, sob o olhar dos demais, inclusive das crianças, e começou a girar uma corrente em cuja ponta estava presa uma bola de ferro. E a girava velozmente, avizinhando-a da cabeça de Mary, mas esta, encarando-o firmemente, não denunciava nenhum sinal de medo. "Ela tem coragem" disse o rapaz, desistindo e abaixando o braço com que segurava a corrente. Em seguida sentaram-se todos, e juntamente com as crianças assistiram à reunião. Esse incidente contribuiu para mudar a vida daqueles moços, salientando também a coragem daquela que, não temendo lidar com garotos rebeldes nem enfrentar rapazes insubordinados, desafiaria, em plena selva, a agressividade e as lanças dos negros africanos.
A missão de Calabar, na África Ocidental, tinha sido fundada no ano de 1846. Kurumã estava sendo evangelizado por Robertt Moffat, enquanto David Livingstone, "o fogo das mil aldeias", abria caminho através de todo o restante do Continente. O sonho da senhora Slessor era que Roberto, seu filho mais velho, fosse à África auxiliar o trabalho desses missionários. Mas a morte prematura do rapaz fê-la pensar que nunca teria um filho missionário.
Quando, em 1874, Mary Slessor completou 26 anos, foi pedida em casamento. Mas neste mesmo ano o Império Britânico foi abalado com a notícia da morte de David Livingstone. Fizeram então apelo a voluntários para o continente africano, e Mary, decidindo entre a obra missionária e o casamento, optou pelo primeiro e ofereceu-se como missionária para Calabar. Nessa época, ela era aluna da Escola Normal de Edimburgo, e a coragem em seguir para um lugar conhecido como "sepultura dos brancos" deixou forte impressão em todos. Em agosto de 1876, no cais de Liverpool, Mary embarcava em um navio que a levaria a um continente que em nada se assemelhava à sua bela Escócia. Tornava-se então realidade o sonho da senhora Slessor.
Pelas areias brancas de Cabo Verde, pelo Desembocadouro dos Escravos, pela Costa do Marfim e pela Costa do Ouro, a bordo do navio "Etiópia", dois olhos azuis deslizavam sua curiosidade pela misteriosa paisagem que delineia a navegação costeira. Mary Slessor, recebendo brandamente no rosto a aragem fresca das praias africanas, contemplava interessadamente aquelas florestas que se erguiam, hostis e impenetráveis, margeando toda a costa. Chegando a Calabar, desembarcou e foi conduzida a Duke Town, uma vila litorânea onde residiam alguns missionários. Ali ela viveu durante quatro anos, ajudando nos cultos e estudando a língua local e alguns dialetos nativos.
Era madrugada ainda quando Mary se levantava para tocar o sino, convocando os crentes à oração. O seu espírito, entretanto, ansiava por um trabalho de maior alcance, a liberdade pioneira, o desbrava-mento daquele solo enegrecido pelo pecado. Muitas vezes ela caminhava para a mata fechada e contemplava demoradamente as árvores que se erguiam ao longe, indecifráveis, sumindo no horizonte além. Era ali que se travavam, entre tribos que praticavam a feitiçaria e o canibalismo, os choques mais horrendos e cruéis já contemplados pela natureza humana. E era ali que ela deveria estar, entre eles, modificando-lhes as práticas da ignorância e falando-lhes do amor de Jesus.
Foi de um vilarejo chamado Old Town (Cidade Velha) que lhe veio o primeiro convite para ir evangelizar e morar entre os negros. Ela aceitou, agradecendo a Deus. Agora poderia expandir plenamente a sua vocação missionária. Seguiu para lá acompanhada de um guia e alguns carregadores. Quando a vereda por onde caminhavam se dividiu em duas, eles se depararam com um crânio humano enfiado em uma estaca. Ali estava designada a entrada da Cidade Velha.
Durante mais de dois anos, Mary Slessor viveu naquele povoado como a única mulher branca entre negros, alegre por estar no meio deles, comendo na mesma mesa e falando-lhes da obra salvadora de Jesus. As paredes de sua casa eram de taipa e o teto de palha, e havia sempre várias crianças dormindo ali - órfãos e desprezados que Mary abrigava. Pensando nestas e nas outras crianças, fundou uma escola onde lhes ensinava não só o idioma deles, mas também a darem os primeiros passos nos caminhos eternos. Aos domingos pela manhã, dois meninos carregando um sino em um pau de bambu, percorriam toda a vila até o local da reunião, trazendo atrás de si um número sempre crescente de negros curiosos que se achegavam para ouvir a "Mãe Branca". E quando a noite se declinava sobre o povoado, recebia sempre em sua fronte escura a claridade do cântico daqueles nativos que cultuavam a Deus à luz das tochas vermelhas.
Certa vez uma canoa pintada de vivas cores e conduzida por quatro negros de pele oleosa e rostos pintados de vermelho aproximou-se das margens do rio que banhava o vilarejo. Era a canoa do rei Ocon, chefe da tribo Ibaca, que a enviara juntamente com o convite para que Mary fosse morar em sua tribo. Ela aceitou. Esta seria uma grande oportunidade de evangelizar um povo que desconhecia Cristo. Logo, toda a Cidade Velha ficou alvoroçada e entristecida. Mas às três horas da madrugada, despedindo-se de todos, Mary era conduzida rio acima, sob a cobertura de uma esteira improvisada para protegê-la da chuva e da água levantada pelos remos. Por um longo espaço de tempo aqueles homens remaram, e quando a madrugada enrubescia as primeiras horas do dia, sob o latido de cães e o cantar dos galos, chegaram a Ibaca.
Deram-lhe uma casa semelhante à outra onde morava anteriormente. Multidões vieram das vilas vizinhas para ver sua pele branca. Pela manhã e à noite realizava cultos; durante o dia dava remédios aos doentes, fazia curativos em suas feridas ou lhes aconselhava o que deviam fazer. Homens, ao natural ferozes e barulhentos, ficavam em completo silêncio ao verem Mary aproximar-se para lhes contar histórias. Ali, ela falou o Evangelho de Cristo a todos os que se achegaram para vê-la.
Pelos fins de 1882, um tufão passou com extrema rapidez sobre a vila e derrubou a casa de Mary. Ela foi levada a Duke Town, mas o seu estado de saúde se agravou, fazendo-se necessária a sua volta à Escócia. Depois de três anos, recuperada e novamente pronta para enfrentar as dificuldades, voltou à África, desta vez dirigindo-se para a tribo de Creek Town. Viveu durante seis meses nesse povoado, até quando soube que o rei Eio, chefe da tribo Koiong, praticante da magia negra, a convidara para evangelizar sua tribo. Todos se opuseram à sua ida, alegando que aquela tribo não merecia confiança e que o convite era uma cilada. Mas ela não se impressionou, e, acompanhada de seis crianças e alguns carregadores, embarcou na canoa enviada pelo rei.
Quando alcançaram a desembocadura de Equenque, a canoa foi abandonada, e, sob uma pesada chuva e o choro das crianças, iniciaram a jornada a pé, através de mais de uma légua de mata fechada. Sentindo no corpo as roupas encharcarem-se e os pés atolarem-se na lama, Mary avançava cantando trechos de hinos, a fim de encorajar as crianças. Mas em certos momentos era tão grande o seu cansaço que ela só conseguia pronunciar: "Pai, tem misericórda de mim!" Chegaram finalmente à tribo. Reinava ali um silêncio profundo. Mary gritou e dois escravos apareceram. Um deles acendeu o fogo e trouxe-lhe água, enquanto o outro correu com a notícia de que a "Mãe Branca" era chegada.
É noite. Em uma área larga, no centro da tribo, há uma multidão de negros sentados, formando um grande círculo. As casas, distribuídas de modo a formar uma larga circunferência, erguem-se em volta dos ombros escuros. No centro da reunião há uma mesa coberta com uma toalha branca, e, em cima desta, acha-se aberta uma Bíblia. Quatro tochas presas a estacas se erguem de um lado e do outro da mesa. As chamas brilham nos rostos atentos. Junto à mesa há vários chefes sentados. E de pé, com os cabelos adquirindo tonalidade de ouro sob a vermelhidão das tochas, Mary Slessor prega ao maior ajuntamento de tribos negras já conseguido de uma só vez. O olhar azul contempla a multidão silenciosa e atenta. "Para alumiar os que estão no assento das trevas e na sombra da morte, para corrigir os nossos pés no caminho da paz" (Lucas 1.79), é o trecho lido naquela noite pelos lábios que ainda se abririam inúmeras vezes para pregar a Palavra da Vida.
Mary Slessor viveu ainda muitos anos entre as tribos africanas. Através de sua voz, milhares de africanos tomaram conhecimento de Jesus Cristo e milhares o aceitaram como o Salvador. Ela foi, depois de David Livingstone, a missionária que mais conduziu africanos aos alvos caminhos da salvação. Em janeiro de 1915, cansada e ainda em plena África, ela foi ao encontro dAquele que, na grandiosidade do seu sacrifício, foi erguido no madeiro para constituir-se na esperança de todos os povos.
fonte: Jefferson Magno Costa - Blog Sublime Leitura




UMA DEFENSORA PERSISTENTE

Uma senhora estava sentada no quintal da casa do Chefe de umas

das tribos no Oeste da África, e esperava pacientemente. O filho mais

105Ilustrações Bíblicas - Cortesia www.universidadedabiblia.com

velho do chefe desta tribo havia perecido num incêndio numa

floresta densa na vizinhança. O feiticeiro dissera que uma vila vizinha

era culpada da morte deste moço, e por isso fora invadida, sendo feitas

prisioneiras doze pessoas. Todos eles, acorrentados, esperavam no

quintal do chefe a hora de sua prova por meio de veneno. Raramente

escapava alguém por este processo, e isto, somente quando havia engano.

Os selvagens, numa terrível orgia, se embriagavam dançando noite

após noite, enquanto a mulher branca vigiava com paciência, sem medo

algum, evitando que alguém viesse clandestinamente fazer mal aos

presos indefesos. Ela sabia perfeitamente que eles nada fariam aos

pobres prisioneiras enquanto ela estivesse presente. Se pudesse salvar a

vida deles, seria a primeira vez que uma pessoa de destaque seria

enterrada sem a honra da vingança por meio de sacrifícios humanos. O

irmão missionário insistia em libertar os pobres presas, porém ela não o

permitia, conhecendo a sabedoria da paciência. Deixava o irmão guardar

durante o dia, mas à noite era ela que ficava vigiando. Sobreviveria a sua

paciência em meio à fúria inexorável dos selvagens contra as suas vítimas?

Muitos dias depois, o chefe, pai do rapaz que morrera no incêndio

ajoelhou-se, e agradeceu à fiel mulher o seu maravilhoso amor e a

coragem e persistência. Pela primeira vez morreu, e foi enterrado o filho

de um chefe ou rei, sem o sacrifício humano. "Estamos todos enfadados

dos costumes antigos", disse o triste pai, "mas nenhuma pessoa sozinha

entre nós tem a coragem de mudá-los". Assim a fé corajosa de Maria

Slessor fez raiar uma vitória nas negras trevas daqueles selvagens do

Oeste da África.

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"NÃO TERÁS OUTROS DEUSES DIANTE DE MIM. Êxodo 20:2

Pois os costumes dos povos são vaidade. O ídolo é apenas um madeiro que se corta do bosque, obra das mãos do artífice que o trabalhou com o machado.
Enfeitam-no com prata e com ouro; com pregos e a marteladas o firmam, para que não se abale.
São como o espantalho num pepinal, e não falam; necessitam de serem carregados porque não podem dar passo. Não tenhais medo deles; porque não podem fazer o mal, nem está neles o fazer o bem.
Jeremias 10:3-5

Devemos adorar só a Deus!!!